29 de dez. de 2010

Srimad Baktivedanta Narayana Gosvami Maharaja

Todos sabemos que neste mundo nada dura muito. Tudo que existe aqui fatalmente passa, termina, morre. Ainda sim vivemos na insistência de querer tornar cada momento “eterno”. Celebramos o passar do tempo, assopramos o fogo dos anos passados em velas sobre bolos, e mesmo assim quando nos deparamos com a perda, nós quebramos. É muito estranho, porque o fim é a única certeza desta Terra, mas fazemos questão de esquecê-lo dentro do nosso coração, e de esperar para que tudo se alongue mais e mais. Nos traímos enganando a nós mesmos como crianças que esperam bolo e chiclete pro jantar.
Ontem eu recebi uma notícia que eu já sabia que viria. Meu coração ficou dilacerado, muitas lágrimas já se foram e mais delas virão. Pensamos que “não há como se preparar” para momentos assim, mas há. Só que nos iludimos de maneira tão cruel que não gostamos nem de ouvir falar da morte, sentimos medo e mudamos de assunto. Talvez só em uma cena sem corpos e com muito fogo em de um filme de ação...
Na minha perspectiva a morte não é uma tragédia. É mais uma etapa do longo caminho que nossa alma traça pelo mundo material até se encontrar finalmente com Deus. Morremos muitas vezes, em muitas vidas, até que finalmente entendemos e aceitamos que nascer aqui só quer dizer morrer mais tarde e então nos desapegamos do amor por este mundo, da ambição por realizarmos algo, entendemos que o único “realizador” é Deus, e então vamos viver ao Seu lado.
Não tenho intenção de fazer ninguém concordar comigo, mas preciso expressar que eu tenho tanta certeza do que disse quanto eu sei que respiro neste momento, e mesmo assim dói demais saber que a pessoa mais extraordinária deste mundo decidiu encerrar sua jornada aqui e foi viver eternamente ao lado de Deus.
Eu nunca fui ou serei feliz nesta Terra como fui na presença dele. Eu entreguei meu coração e minha alma a seus pés e agora... Agora eu farei o melhor que posso, sabendo que não será o suficiente, eu manterei viva a sua lembrança e vou esperar pelo dia em que finalmente poderei ser uma pequena parte do que ele com toda sua misericórdia acreditou que eu posso ser.
Saudades não são suficientes, meu amado Gurudeva.

Nava Vrnda Devi dasi

 V.Z

 Haribol!

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